terça-feira, 2 de agosto de 2011

NICOLAU MAQUIAVEL, KARL MARX... a chave para o entendimento do mercado atual.

Para Bretzke (2000), as empresas estão inseridas em uma nova era de concorrência e competição de um novo ambiente globalizado. A concorrência é cada vez mais acirrada não só entre adversários tradicionais em mercados tradicionais, mas também com novas personagens em nichos ou setores específicos de negócios. E isso é resultado da supressão das fronteiras e do afloramento dos mercados antes protegidos. As empresas, dada essa nova circunstância, já não podem ficar confiantes em sua participação de mercado e em sua posição competitiva, pois a concorrência pode surpreendê-las.
Diante de todas as circunstâncias, favoráveis e desfavoráveis de mercado, a liderança ao criar e implementar planos estratégicos que relacionam as metas e os recursos organizacionais às oportunidades de mercado, segundo Sandhusen (1998), o executivo de marketing se envolve em atividades de análise para identificar e avaliar possíveis ameaças e oportunidades no mercado; planejamento estratégico a longo e curto prazos para cultivar oportunidades atrativas no mercado; implementação de atividades que motivam, direcionam as pessoas rumo aos objetivos de negócios e do mercado; ação de controle e de monitorização para tomar as medidas corretas quando o desempenho ficar aquém dos objetivos, na medida em que para Nivaldo Júnior (2009), “O poder se encontra, de fato, onde está a decisão...”.Considerando as variáveis mercadológicas é que as estratégias são montadas para vencer a acirrada guerra de mercado que as empresas travam entre si na luta pela conquista e manutenção de clientes.
Marx (1998), na proposição do conceito “Materialismo Histórico” afirma que os bens produzidos pelo homem são responsáveis por sua organização social, na medida em que a classe dominante economicamente sente a necessidade de se elevar uma superestrutura social (Estado) - regrada pelo aparato legal e repressivo - para que sejam garantidos seus direitos por deter os meios de produção e assim conduzir as formas de relação humana na sociedade. Segundo (Chauí 1999), Karl Marx desmistifica então, a divisão de política e economia. Contudo, essa idéia foi fundamental para minha ótica sobre o mercado..
Identifico claramente as idéias aplicadas às ações de marketing contidas na obra “O Príncipe” e alguns paralelos às necessidades do marketing moderno.
Conforme Martins (1972), na obra “O Príncipe”, escrita em 1513, Maquiavel desenvolve um estudo sobre a natureza das ações dos “príncipes”, termo que utilizava para designar todo governante de um país, região ou província independente, e do comportamento de seus súditos. O autor elaborou um verdadeiro tratado sobre como chegar ao poder e, mais importante, manter-se nele, de maneira eficaz. De acordo com Bull (1989), as páginas incisivas de O Príncipe apresentam uma série de máximas que quem inicia um negócio faria bem em decorar. São normalmente reconhecidas como surpreendentemente válidas por guerreiros veteranos de empresas – em especial se sofreram desastres em suas carreiras por terem-nas desconsiderado. E o autor segue dizendo que, ”várias delas enquadram-se na categoria de conselhos estratégicos, quando um conquistador assume o controle de um Estado (em termos modernos, quando alguém assume o controle de uma empresa).”
Em Maquiavel (2009), no Estado moderno o poder passa a estar relacionado com o soberano e com suas atitudes. Há uma autonomia que quem governa passa a ter para administrar seus empreendimentos. As bases não devem calcar-se no pensamento religioso, ético ou moral, na medida em que a ética, a moral e a religião estão sujeitos à influência cultural. O que é ético em um grupo de pessoas pode não ser em outro. A vida de religiosos é norteada por uma ética tanto quanto de mafiosos. O príncipe não pode deixar de agir temendo a norma ética que está ao seu redor. Não que o povo possa ser ferido. O povo deve ser estimado, pois é através dele que ao príncipe é concedido o poder.
Há também que frisar outra característica importante no pensamento de Maquiavel: a brevidade do poder. Quando o príncipe não é capaz de conhecer a realidade e adequar-se a ela, tendo a presunção que o povo vai deixá-lo permanecer no poder, ele não conhece o destino. (CHALITA,1998).
Para Maquiavel, a lei fundamental da natureza é a mutação competitiva, onde tudo se transforma o tempo inteiro e nada se define por ser pior, ou melhor, diz Chauí (1999). As ações de quem detêm o poder devem partir da idéia da satisfação do povo, e é encontrado aqui o princípio moderno do markting no sentido lato que diz: “Marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado. (AMA - American Marketing Association - Nova definição de 2005).

segunda-feira, 1 de agosto de 2011